Diário de uma tese escrita em 30 dias #7 e #8

Ontem tive uma festa de anos do lado da minha família paterna que, por sinal, mora bem longe de mim, e o dia foi gasto na viagem e na festa, com direito a muitas calorias e uma chegada a casa às altas horas da noite. 

Conclusão? Tese = 0

Hoje lá tive que voltar ao batente embora, confesso, sem vontade nenhuma nenhuma nenhuma. Mas nesta fase a minha vontade não manda nada (no máximo atrasa umas horas) e lá me arrastei até ao escritório aqui de casa, sem PC, com a televisão desligada, onde sentei o traseiro durante horas (com algumas pausas pelo meio) e li todos os artigos que havia recolhido - os pappers, não os do Expresso.

No início desesperei um bocado porque comecei a ler e fui abalroada por aquela sensação de "um boi a olhar para um palácio". Senti-me de tal maneira bovina que estive quase quase a chorar. Isto porque os pappers eram todos sobre o meu modelo de análise - a base de tudo. Ou seja, se eu não percebia onde encaixar aquela merda, nem estabelecia uma ligação com o meu tema, então como raios é que ia escrever a tese?!

Mas controlei-me e preserverei. Continuei a ler e, aos poucos, fui construindo uma linha de raciocinio e fui percebendo como e onde aquilo se podia aplicar ao meu trabalho.

No entretanto a minha orientadora está a tratar das candidaturas de mestrado deste ano e não tem disponibilidade para se encontrar comigo. A culpa é minha, portanto agora tenho é que me aguentar à bronca e arcar com as consequênciasidos meus actos. Isso e esperar pacientemente que ela tenha um tempinho para mim e para ler o que já lhe enviei. Enquanto não acontece, vou permanecer no trabalho, meio à toa, meio no escuro, mas a tentar, com todas as forças, não me afogar no abismo da desorientação.

Por agora vou celebrar o feito de hoje. Está tudo lido e sublinhado. Amanhã é dia de escrever.

Até às folhas se riem!!

Catarina Vilas Boas

  

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