Temo não ser boa pessoa

Temo não ser boa pessoa. Ou melhor, não temo nada, tenho a certeza absoluta que não sou. É a verdade, não o digo com orgulho mas também não o digo com pesar. É o que é! Tenho alguma bondade e alguma maldade como toda a gente, mas a pôr tudo numa balança, o lado evil pesava mais que o outro. 

Não me considero uma gaja invejosa. Considero-me uma gaja justa. Há gente que não merece o que tem e tem na mesma. Sem esforço, sem trabalho, sem qualidade. Mas acredito que a vida se encarregará de pôr as coisas nos eixos e fazer pagar quem tem de pagar. Sou inocente assim.

Não me considero uma gaja intransigente. Mas tenho pouca paciência para quem me pisa os calos. Que é como quem diz: nenhuma. Não perdoo, não esqueço e não só não escondo como também faço questão de o demonstrar. Eu sou tipo o Darcy de 'Proud and Prejudice', "My good opinion once lost, is lost forever". Não consigo desejar nada de bom a quem me fez mal. Aliás, vou mais longe, desejo-lhes tudo do pior. E mais alguma coisa...

Sou mimada e uma gaja de caprichos. Não olho propriamente a meios para atingir os fins e se tiver que abalroar (metaforicamente) alguém para conseguir o que quero, vou fazê-lo. Isto é algo que faço inconscientemente, apercebi-me mais tarde. E não a toda a gente (apesar de tudo sou amiga do meu amigo) só a gente que não conheço. Afinal, o que os olhos não veem o coração não sente. 

Sou arrogante, rancorosa, vingativa e para mim a vida resume-se a competição. Alguém sai a ganhar e alguém sai a perder. Alguém sai por cima e alguém sai por baixo. E apesar de até gostar de ficar por baixo em algumas situações, não fui propriamente concebida para perder (basta ler tudo o que escrevi acima).

Isto tudo porquê? 

Porque na blogosfera as pessoas escrevem muita auto-ode habilmente camuflada de post-do-dia-a-dia-eu-sou-a-melhor-pessoa-do-mundo. E eu tenho a mania de ser diferente.

Porque estou a ficar seriamente preocupada com a frieza com que encaro determinados acontecimentos da minha vida: as pessoas vêm e vão e é-me indiferente, não sinto nada, não penso em nada, nem sequer me lembro que existem. Isso assusta-me, confesso. 

Porque li um texto sobre uma gaja que ficou contente porque o outro conseguiu "seguir em frente". LOL Algum dia!! Já não sei se as pessoas são mesmo assim boazinhas e eu sou má como as cobras ou se sou a única sincera e os outros são é hipócritas.



Catarina Vilas Boas

P.S.: Este Henrique Sá Pessoa é de medo. Todos os fins-de-semana põe-me a pensar "eu era capaz de fazer isto". Até que vou mesmo prá cozinha e a coisa não corre nada bem... E no sábado seguinte acontece tudo outra vez.

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