Uma ode ao carteiro

As minhas encomendas do ebay continuam a chegar e ainda não tive nenhum desgosto. Até hoje têm cabido na caixa de correio e, quando não cabem, tenho estado em casa para receber a encomenda, o que é uma sorte probabilística muito interessante. Ontem tocaram à campainha e eu fui espreitar à janela a ver se não eram as testemunhas de Jeová que por ali andam, de casa em casa como ratos decrépitos (parecem todos feitos de plástico, credo!! Devem escolher os mais estranhos para percorrer a minha zona...). Era o carteiro. Apanhei-o muito compenetrado a olhar para o envelope. As encomendas têm todas símbolos chineses e japoneses e o homem, por esta altura, já se deve ter questionado se eu ando a vender órgãos no mercado negro e aquilo são pagamentos por serviços prestados. 

Eu gosto muito do meu carteiro!! Ele quase nunca me vê e nas poucas vezes que vê, eu estou sempre estremunhada, com cara de sono e ressacada, de pijama e com os primeiros sapatos que encontrar. Isto sem contar as vezes que lhe abro a porta descalça, em meias ou em pantufas. E nunca ele olhou para mim com aquela cara de reprovador que a maior parte dos "adultos" me lança! É um fofo! 

Fossem todos os carteiros como o meu.
Catarina Vilas Boas

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