Diz que a Jessica Athayde tá gorda

Não vou muito à bola com a Jessica Athayde. Acho que ela é um bocado cabeça oca, para não dizer outra coisa. Mas isso não me impede de admitir que a rapariga é boa nas horas. Deus não dá com as duas mãos! A ela deu-lhe um corpaço de fazer inveja a um santo. 

Mas pronto, lá houve algum engraçado e alguma ressabiada que decidiram fazer comentários estúpidos sobre o seu fisique e agora é ver os instagrams das celebridades numa onda de women empowerment nunca antes vista (e nem quero imaginar como estará o facebook!), fora o blogue da Jessy James que contem sempre pérolas de me fazerem vir lágrimas aos olhos. #Sheforshe, dizem eles. Como se o maior mal deste mundo machista e hipócrita fosse a depreciação física das mulheres. Falem-me da intelectual, da comportamental, do facto de uma mulher não poder beber ou fumar ou sair à noite sem ser rotulada. Falem-me da mulher que vai para a cama com muitos homens e é chamada de pega na praça pública enquanto que no vice versa eles são garanhões. Falem-me da mulher que não vai para a cama com muitos homens mas que fala com todos eles e é chamada de pega na mesma. Espetem-me o #sheforshe numa foto no instagram cada vez que uma mulher ouve "O que é um fora de jogo?" sempre que se atreve a falar de futebol em frente ao um homem. Falem-me das entrevistas de emprego onde lhes perguntam se são solteiras ou casadas, se têm filhos ou se os pretendem ter. Falem-me do número abismal de violações, agressões físicas e psicológicas. Falem-me das discrepâncias salariais e dos cargos de poder que são usurpados das fêmeas como quem tira doces a um bebé. Falem-me do conteúdo e não das embalagens. Muito menos de uma embalagem daquelas!

Catarina Vilas Boas

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